Roteiristas do Vai que Cola se revoltam com elenco e denunciam violência psicológica

A comédia Vai que Cola é um grande sucesso de público, mas isso não garante que os bastidores acompanhem o bom humor da série. Roteiristas do programa apresentaram uma carta para toda a equipe, incluindo diretoria, produção e elenco, na qual denunciam violência psicológica.

Os casos teriam começado com críticas dos atores e atrizes ao texto, mas se tornaram abusos que prejudicam o ambiente de trabalho. O caso se tornou público nesta quarta-feira, 23. A reportagem, a Multishow confirmou a existência da manifestação. 

O roteirista, e ex-BBB, André Gabeh, que recentemente deixou a produção, acusou atores, sem citar nomes, de confabularem contra o seu texto. “Apesar dos elogios que me faziam, o elenco do programa não estava satisfeito com o que eu escrevia. Eles têm todo direito de não gostar e, em uma relação profissional as coisas, para dar certo, têm que funcionar para todos”, afirmou ele no texto de despedida do programa, publicado em seu Facebook. 

Outro roteirista, Daniel Porto, se demitiu da atração alegando sofrer assédio moral. Em um depoimento publicado nesta quarta, 23, no Linkedin, ele alegou que todos os atores tinham atitudes “cruéis, ofensivas e diretas” com os escritores dos episódios.

“O preço que paguei foi caro: um burnout digno de uma internação psiquiátrica, e depressão e crise de ansiedade como presente pelo assédio moral, feito diariamente pelos atores e equipe de criação aos roteiristas”, alegou. 

As supostas denúncias não são de hoje, segundo os escritores, a situação está assim desde 2020. “Atualmente, a atmosfera de trabalho é de apreensão e medo, pois os roteiros recebem diversas críticas infundadas e abstratas. Críticas estas que dizem respeito, na maior parte dos casos, aos gostos pessoais e não à técnica e podem ter consequências desastrosas, como a recente demissão do roteirista André Gabeh”, escreveram eles, como apurado pelo site Notícias da TV. 

Associação dos Roteiristas critica ambiente tóxico
Em uma nota também divulgada nesta quarta-feira (23/8), a Associação Brasileira de Autores Roteiristas (ABRA) se posicionou, em meio às denúncias, contra a “cultura de medo e opressão” em ambientes do mercado audiovisual. “O processo de criação de uma obra é um trabalho realizado em conjunto e todos os profissionais envolvidos merecem respeito”, ressalta um trecho.

A ABRA também destacou ser “inadmissível que um local de trabalho se torne um local de perseguição e de violência psicológica por parte de outros colegas”. A associação defendeu um ambiente livre de práticas tóxicas e enfatizou a necessidade de assegurar a integridade física e mental dos funcionários.

Veja o que diz a Multishow
Procurado pela reportagem, o canal emitiu uma nota. Leia o conteúdo na íntegra: 

O Multishow está acompanhando atentamente o caso de roteiristas do Vai Que Cola que vieram a público relatar problemas de relacionamento com colegas de equipe e com o elenco do programa. Desde que tomaram conhecimento da situação, a produtora Fábrica, responsável pela produção, e as equipes da Globo responsáveis pelo conteúdo deram início a um processo de escuta com as lideranças criativas do programa, com o elenco e com os profissionais que relataram supostas situações de abuso. O Código de Ética da Globo estabelece que situações de discriminação e assédio não são toleradas. Quando denúncias desta natureza chegam ao conhecimento do canal, elas são devidamente apuradas e, conforme o caso, são feitos ajustes de processos e outras medidas corretivas.

Fonte: UOL

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